quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A mão que reparte o pão

A MÃO QUE REPARTE O PÃO




De mãos dadas com a vida encontramos solidão.

Em cada esquina não importa a sua sina,

É gente pedindo esmola é gente pedindo pão.

E se alguém disser que a graça não é de graça,

É por que não conhece o Deus de toda criação.





Não importa de quem é a culpa

Ou se é um problema social;

O que percebemos é que a miséria é uma doença fatal.



Logo não se espera gratidão

Por algo que fez ou deu;

Sua bondade está paga no peito que a recebeu.



A mão que reparte o pão revela grandeza, excelência.

Pois se uns dão de suas sobras

Outros o dão da carência; e é também a mesma mão.

Que reparte a vida que Deus deu

Mesmo que não a mereceu.



Ninguém é tão pobre na vida

Que lhe falte coração

Se não puder dar um quilo

Que o faça de grão em grão.





Mantenha sempre estendida

A mão que reparte o pão.



By Tery



Agosto 2009

Bailarina - By Tery

Bailarina






Pela vidraça vejo uma bailarina

Seu olhar de mulher se rende ao doce rodopiar de menina.

Seus movimentos alcançam o céu, e se ouve um coro de anjos a

Aplaudir esta dança divina.

E de repente, seus cabelos desprendem-se da bela fita de cetim, no branco mais branco que a luz irradia, e vejo as duas em única coreografia.

Pela janela vejo seus braços subindo, descendo. Ela acena, e quem sabe, me chama.

De olhos fechados revela desejos de quem ardentemente se ama.

Gira, gira, vai girando, de teu sonho de menina acordando, e pela janela eu vejo minha mão te amparando em tuas mãos tão finas. Doce bailarina estaria eu contigo por trás das cortinas?

Suas sapatilhas aladas a levam de norte a sul, e trazem de volta teu lábio vermelho, teu sorriso, e a calmaria de teu olhar azul.

Seu corpo contorcido num ritmo sem igual, se solta em graça e leveza,
Anunciando a morte de um cisne em toda sua realeza.

Pela vidraça vejo uma bailarina. Dançar é tua cadência, bailar é tua vida.

Ondulando no equilíbrio, sobe, desce, brinca, dá meia volta, e encontra a menina perdida.

Estonte-ei-me ao vê-la, ganhar o espaço. Minha doce bailarina, de minha janela vejo tuas lágrimas, queria chegar de mansinho aproximar passo a passo, secar seu rosto acolhê-la em meus braços e deixá-la dançar mais e mais.

Bailarina,

Teu balé me emudece, estonteia, inebria e

fatalisticamente fascina.

De ventos e velas e rimas - By Tery

Raiou o dia com sua brisa cálida, dentro de mim sóis multicoloridos abandonam o leste. A linha traçada no horizonte devolve o desejo da aventura vivida em minha infância, menina corada mulher do agreste.

O passado deixa guiar-se pela maresia, seu perfume sua ardência. Como soltar-me de lembranças ancoradas na ressaca da inocência?

Cala-te memória! Chispa voando! Anoiteça rapidamente em minhalma. O destino me magoou, deixou-me a deriva. Sou como náufrago em minhas ilhas perdida.

Escureça torna-te um breu e apaga o crepúsculo dessa paixão que não amanheceu.

Seria eterno, e enquanto durasse infinito. Recolho as velas é hora de voltar, num outro continente, numa terra perdida, em meus versos e suas rimas quero estar escondida, encontrar alguém num barco d’além-mar, e dessa imensurável solidão quem sabe escapar.

Amanheceu, entardeceu e anoiteceu todos os dias, e minha espera, meu amor, meu despertar, fugiu tornou-se um mito. Como o bando de gaivotas que acima das velas revoa. É noite, e olho a estrela tão perto que posso tocá-la na ponta dos pés sobre a proa.

Quisera poder direcionar o leme sem bússola e encontrar o meu amanhecer, e chegando diria, “Eis dia aqui estou, pronta pra tua jornada, e tu dirias, _O que procuras?”, e olho o cais tão distante, e o horizonte tão perto, e não sei mais o que quero; passado ou futuro, o que em meu coração espero? Jogaria ao mar garrafas com bilhetes, e ao encontrá-las alguém dirá:- Quem é esta que aprisionou seu coração no coração do oceano?



By Tery

Nov/2011







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PENSAMENTO DO DIA

TODO SOPRO QUE APAGA ESSA CHAMA, REACENDE O QUE FOR PRA FICAR. (TEATRO MÁGICO)