quarta-feira, 23 de novembro de 2011

De ventos e velas e rimas - By Tery

Raiou o dia com sua brisa cálida, dentro de mim sóis multicoloridos abandonam o leste. A linha traçada no horizonte devolve o desejo da aventura vivida em minha infância, menina corada mulher do agreste.

O passado deixa guiar-se pela maresia, seu perfume sua ardência. Como soltar-me de lembranças ancoradas na ressaca da inocência?

Cala-te memória! Chispa voando! Anoiteça rapidamente em minhalma. O destino me magoou, deixou-me a deriva. Sou como náufrago em minhas ilhas perdida.

Escureça torna-te um breu e apaga o crepúsculo dessa paixão que não amanheceu.

Seria eterno, e enquanto durasse infinito. Recolho as velas é hora de voltar, num outro continente, numa terra perdida, em meus versos e suas rimas quero estar escondida, encontrar alguém num barco d’além-mar, e dessa imensurável solidão quem sabe escapar.

Amanheceu, entardeceu e anoiteceu todos os dias, e minha espera, meu amor, meu despertar, fugiu tornou-se um mito. Como o bando de gaivotas que acima das velas revoa. É noite, e olho a estrela tão perto que posso tocá-la na ponta dos pés sobre a proa.

Quisera poder direcionar o leme sem bússola e encontrar o meu amanhecer, e chegando diria, “Eis dia aqui estou, pronta pra tua jornada, e tu dirias, _O que procuras?”, e olho o cais tão distante, e o horizonte tão perto, e não sei mais o que quero; passado ou futuro, o que em meu coração espero? Jogaria ao mar garrafas com bilhetes, e ao encontrá-las alguém dirá:- Quem é esta que aprisionou seu coração no coração do oceano?



By Tery

Nov/2011







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